Material particulado: o que você precisa saber sobre isso?
O desenvolvimento humano, somado aos avanços tecnológicos e exploração excessiva dos recursos naturais, tem gerado um impacto negativo para a qualidade do ar atmosférico. Isso porque a liberação de poluentes causa uma série de efeitos prejudiciais ao meio ambiente e à saúde dos seres humanos. É o caso do material particulado.
Ao ser projetado na atmosfera com a ação do vento, esse poluente pode alcançar longas distâncias, depositando-se na água, no solo e em outros ambientes, resultando em uma série de transtornos.
Pensando nisso, para entender melhor sobre o assunto, continue lendo este artigo e veja a relação do material particulado com a saúde da população e o meio ambiente. Boa leitura!
O que são materiais particulados?
São substâncias químicas que podem ser encontradas em suspensão na atmosfera, em estado sólido ou líquido. Assim, sua denominação geral corresponde a um conjunto de poluentes formados por fumaça, poeira e todo tipo de material que pode se manter suspenso no ar devido ao seu pequeno tamanho.
Dessa forma, os materiais particulados podem ser divididos em:
- nanopartículas — menor que 0,01μm;
- ultrafinos — 0,01 a 0,1 μm;
- finos — 0,1 a 2,5 μm;
- grossos — diâmetros de 2,5 a 10 μm.
Quais as principais fontes de materiais particulados?
Essas partículas têm sua origem em diversos processos, como em centrais elétricas e fábricas que durante as atividades emitem material particulado ao utilizar combustível para o funcionamento das turbinas e equipamentos. A queima de combustível também é outro exemplo, ocorrendo em lareiras, aquecedores e caldeiras, assim como em veículos, como motocicletas, carros, caminhões, tratores, aviões, barcos, entre outros.
O que é MP2.5 e quais são seus principais pontos?
Também conhecido como aerossol atmosférico, o material particulado é uma mistura de substâncias sólidas ou líquidas que ficam suspensas no ar.
Essas partículas finas ou respiráveis têm a sua dimensão aerodinâmica inferior a 2,5 μm, sendo provenientes principalmente do processo das atividades de combustão e de substâncias perigosas, como chumbo (Pb), cobre (Cu), manganês (Mn) e cádmio (Cd).
Qual é a relação entre MP2.5 com o meio ambiente e a saúde da população?
Ao ser difundido na atmosfera, o material particulado (MP2.5) pode trazer diversas consequências. Para o meio ambiente, esse processo pode resultar na alteração biogeoquímica e microbiológica do solo, afetar o metabolismo das plantas, o crescimento e a reprodução dos animais e, ainda, favorecer a carga total de metais e orgânica, gerando a bioacumulação dos níveis tróficos.
Outra característica é que esse poluente promove o aumento da turbidez da atmosfera, fazendo com que as partículas finas tenham capacidade de alterar o fluxo de radiação solar, aumentando a quantidade de feixes que chegam até as copas na superfície das árvores.
Além disso, ao depositar-se na água e no solo, pode haver acidificação de rios e lagos, gerando a alteração do fornecimento de nutrientes nas bacias hidrográficas e águas costeiras, afetando culturas agrícolas e ecossistemas sensíveis.
Já para a saúde da população, as partículas finas têm um grande potencial para gerar problemas. Isso porque a poluição atmosférica causada pelas concentrações de MP2.5 pode provocar hospitalizações cardiovasculares, respiratórias, uso de medicamentos, alterações na função pulmonar e até mesmo mortes prematuras.
Esse índice é ainda mais alarmante em países desenvolvidos, onde os efeitos adversos em relação ao material particulado ocorrem mesmo quando há baixas concentrações, sendo que os principais sintomas agudos são crises asmáticas e irritação do nariz, olhos e gargantas. Devido às partículas de MP2.5 serem finas, sua capacidade em causar danos significativos à saúde é maior, especialmente nas vias respiratórias.
O que fazer para solucionar esse problema?
A qualidade do ar é interferida diretamente pela intensidade e distribuição das emissões de poluentes lançados na atmosfera, sendo que as condições climáticas também influenciam em sua dispersão, especialmente nas estações mais secas, onde a concentração de material particulado é maior.
Para solucionar esse problema, é preciso seguir as recomendações da CETESB, por exemplo, que informa que os índices de qualidade do ar considerados bons para 24 horas de MP2.5 (25 µg/m3) é de 0-25. A Resolução Conama nº 491/2018 do MMA, junto aos órgãos distritais e estaduais ambientais, também estabeleceram um guia técnico para o monitoramento e avaliação da qualidade do ar para facilitar a fiscalização dos níveis de concentração de partículas, possibilitando a gestão da qualidade do ar, cujo objetivo é controlar a emissão da poluição atmosférica.
Assim, além de adotar as ações de monitoramento previsto em lei, é necessário realizar outras medidas e mudanças de hábitos para reduzir as emissões de poluentes e melhorar a qualidade do ar, como:
- efetuar inspeção dos níveis de emissões nos veículos — as revisões periódicas são essenciais para analisar e manter a queima do combustível nos padrões exigidos, evitando a emissão de poluentes acima do permitido;
- dar preferência ao transporte coletivo — é possível trabalhar sem atrasos utilizando o transporte público, como ônibus, metrô e trem, contribuindo, assim, para a preservação do meio ambiente e aliviando o trânsito;
- caminhar ou andar de bicicleta — para fazer pequenas compras, visitar amigos próximos ou até mesmo trabalhar, vale a pena optar pela caminhada ou ir de bicicleta. Desse modo, além de economizar no combustível, você também exercita o corpo e melhora a qualidade de vida.
- optar por combustível menos poluente quando utilizar o automóvel — sempre que possível, substitua o diesel e a gasolina por biocombustível, como biodiesel e etanol, pois eles são menos poluentes.
- não fazer fogueiras, jogar bitucas de cigarro ou soltar balões em locais próximos às florestas — esses hábitos podem favorecer incêndios florestais. Por isso, é necessário realizar essas atividades , quando necessário, em locais apropriados.
- ajudar a plantar árvores — mesmo em um espaço pequeno, é possível plantar uma árvore de pequeno porte, seguindo as recomendações das espécies para áreas urbanas. Assim, você ajuda a melhorar a qualidade do ar.
Portanto, é possível reduzir a geração de material particulado adotando medidas para frear seus efeitos nocivos, a fim de melhorar o controle da combustão e preservar a qualidade do ar. Para isso, é importante adotar ações práticas que envolvam toda a população com o comprometimento para a conservação ambiental.
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